Mitos e Verdades sobre o Trigo
No dia do trigo, a gente ajuda a esclarecer questões sobre dele, que é tido como um dos vilões da atualidade.
Ele é composto por três “camadas”:
- O farelo de trigo é a parte mais externa do grão, com maior teor de fibras, vitaminas do complexo B, magnésio e zinco.
- O endosperma é rico em carboidratos e tem porções proteicas que formam o glúten.
- Já o gérmen é rico em vitamina E, apresenta efeito antioxidante reduzindo a formação de radicais livres, tem gorduras polinsaturadas e algumas vitaminas do complexo B.
E ele passou por algumas mudanças, vejam porque e quais foram:
Presente na alimentação há milhares de anos, seu consumo aumentou consideravelmente com o passar do tempo. Com o crescimento da demanda, a produção sofreu mudanças que comprometeram a digestibilidade, aumentando os riscos de inflamação e prejudicando a absorção de nutrientes.
Pela segunda metade do século 20, vários tipos de trigo passaram a ser misturados para aumentar a produtividade. Assim, a planta sofreu muitas modificações, principalmente a quantidade de glúten, que elevou mais de 150% com a mutação genética.
Hoje, o trigo anão é o mais consumido em razão de seu alto rendimento e maior rentabilidade econômica. O problema é que ele é mais carente do que o normal em relação a nutrientes e proteínas.
No geral, as concentrações de zinco, cobre, ferro e magnésio baixaram entre 19% a 28% entre 1968 e 2005.
E quais são os efeitos que podemos sentir?
- Presença da Zonulina, proteína que compromete as junções celulares, promovendo alterações da mucosa intestinal. Essas alterações podem predispor a inflamação do intestino e o surgimento de doenças autoimunes como Tireoidite de Hashimoto, Artrite Reumatoide e Psoríase, já que a função barreira do intestino é comprometida;
- A Gliadina, presente no glúten, tem ação nos mesmos receptores de drogas como a heroína, provocando graves sintomas de compulsão alimentar. Alguns estudos sugerem que a gliadina reduz a ligação da leptina (um dos hormônios responsável pela saciedade) e seu receptor, alterando então o controle da ingestão alimentar. Conclusão: nosso corpo pede mais e mais comida, acelerando nada menos que o ganho de peso;
- Os Peptídeos opióides, formados durante a digestão do trigo, estimulam receptores opiáceos no cérebro (os mesmos da morfina e de drogas como a heroína), gerando efeitos similares como compulsão, estímulo excessivo do apetite e dependência por alimentos com trigo.
- A presença de frutanos, tipo de carboidrato fermentável, pode aumentar a absorção de água no intestino delgado e causar desconfortos como distensão abdominal, gases e sensação de empachamento.
A tolerância aos alimentos é individual e o consumo deve ser avaliado de acordo com os sintomas. Como qualquer outro alimento, é valido variar e não consumir em excesso. Diga sim ao equilíbrio!